quinta-feira, dezembro 20, 2007

Amores possíveis.

Tão estranho é o coração do homem
Subjetivo e vago, um inconseqüente, um inconstante eterno
Que os que vivem de acordo com este, invariavelmente estão perdidos
No entanto este amigo da onça não o faz por mal, quer o seu bem
E costumam ser sinceros... E não pressentem o perigo.

Levam seus donos, pelas mãos, por caminhos obscuros
Atrás de uma luz que se vislumbra no fim de um túnel escuro e frio
E, não raro, sua mão quente e esperançosa se desgarra
Deixando o pobre estúpido ali, sem saber como agir.
Sozinho, na escuridão agora total, só lhe resta seguir... sem saber aonde ir.

O fato é que este mesmo traidor é quem lhe salva dessa situação
Pois em um dia, que certamente não esperas, mergulhado no frio e na absoluta solidão
Surgirá novamente a tal luz diante de seus olhos e um calor que lhe envolve totalmente
E a mesma mão esperançosa toma a sua com carinho...
E a mesma voz imperiosa lhe diz –Recomece... Vá em frente!

Não fujam destarte, meus amigos, desse nobre trapalhão...
Não evitem seus desastrosos palpites, suas escolhas duvidosas.
Toda essa sua confusão.
Vivam seus amores possíveis, chorem e sorriam, quantas vezes forem necessárias
Tudo é tão efêmero... É só uma vida para errar e acertar.
Pequem sempre pelo exagero, nunca pela omissão.

Quando a razão lhe disser, com toda a força – Não faça... Dará errado no fim.
Faça!
Não há tempo a perder... E é como deve ser
Simples assim.

L>K

sábado, novembro 24, 2007

Nascer do sol em uma padaria.

O que vejo em ti
Além de todo amor que carregas...
É o pesar de uma vida dificil...
É a pressão... o cansaço.
Uma vida dificil...
Ainda que invejada seja.

O que vejo em ti
Além de todo o amor que carregas...
É a falta de um tempo que não volta.
É a tolerância a solidão...
É o saber ganhar a “aposta”
É a força inquestionável que tens
Vejo, e todos vêem, que deu a resposta.

O que vejo em ti
Além de todo amor que carregas...
É esse seu sorriso seguro.
Franco...certeiro..
As vezes... zombeteiro..
Cativante...
E perfeito.

Vejo teus olhos diretos, únicos.
Olhos que encaram sem temer...
Lindos.
Olhos de cobra, que mudam de cor...
Ainda que tu pareças não saber.

O que vejo, afinal
É esse amor todo que carregas em ti...
E descobri, tarde talvez, pois só agora a conheci...
Que o quero pra mim.


L>K

quinta-feira, novembro 22, 2007

Musa.

Quando a vi, pela primeira vez...Pensei, não sei, um pouco de tudo, contudo...
Nada, absolutamente, relacionado ao que essencialmente és...
Uma menina adorável, dentro de uma linda mulher.

Sua serenidade me encanta, minha tristeza espanta.
Irradia alegria, um sorriso é você, um poema, sim, é isso que és...
Tua beleza, inata, prende meus pensamentos na mesma proporção...
Que o amor que vislumbro em seus olhos, que em ti não cabe, me arrebata o coração.

Penso: “A vida é dura, mas como é bela e como é boa”...
E como tudo vale a pena demais...
Pois aqui, no começo de todas as coisas, sinto-me feliz em conhecê-la.
Menina-mulher-amor, pura força, minha musa...
Estrela.

Escrevo-lhe estes versos despreocupados almejando seu sorriso.
Quero vê-lo sempre aberto, dominante, infinitamente lindo.
Grande, branco, pois assim que a compreendo, poço de alegria sem fim, e em mim...
Terás sempre um apaixonado, encantado, por ti...
Musa.


L>K

segunda-feira, junho 18, 2007

Um vício.

Ando, olho, não te vejo mais...
Corro, procuro, não te acho.
Desejo, preciso, de você...
Pra onde, afinal, devo ir..?

Sou um poço de vontades insatisfeitas...
Sou uma bomba armada e não caibo em mim..
Não soube, durante muito tempo, o que queria
Hoje sei, e saber me consome...
Pois minha vontade não mais conta para ti.

Não me queixo, pois assim é o amor..
Resiste, bravamente, as agruras de vidas difíceis.
É levado ao limite, diária e constantemente.
Resiste, resiste... Mas perece.
E encerra em si sonhos lindos, de pobres apaixonados
Incansáveis aprendizes de suas belezas.

Sou um desses, humilde escravo de sua vontade...
Faminto de sua presença, viciado inveterado.
Amo, intensamente, e amo amar...
E amo você, intangível dona de mim.

Pra onde, enfim, devo ir?



L>K

Senza spiegazone.

Queria saber de ti.
Aonde moras e do que és feita.
Detalhes, coisas pequenas e o que te faz assim... Pra mim...
Perfeita.

O que lhe entristece e o que lhe faz rir...
E tudo o mais, qualquer coisa, que lhe interessa.
Queria alcançar você...
Em um destes dias, que não existem... Serenos...
Sem pressa.

Mergulharia, então, em você.
Me tornaria parte de ti...
Enxergaria através dos teus olhos, te respiraria.
Morreria por você...
Morreria...feliz.

Coisas intrigantes acontecem a todos nós.
Sem explicação...
Coisa que não se explica.
As vezes penso, mas explicar não, não tento...
Só sinto, por dentro, é a vida...
É assim... E é linda!
É... É assim!

Ela mora em um lugar frio...
Ela tem um peixe e tem uma planta...
E tem a mim.


L>K

quinta-feira, abril 26, 2007

Quando voam de mim, eu sou as asas.

Ela sonhou com flores e luz.
Viu-se correndo, em um campo ensolarado.
Não, não corria... Ela planava.
Flutuava, por sobre aquele lugar mágico.

Uma das mãos... Agitada.
A outra, pendia, às flores acariciava... Suave.
Tinha medo de machucá-las, de perdê-las... Eram tão lindas.
E todas suas...
Eram perfeitas.

Ela as olhava.
Seu coração transbordava de euforia e temor.
Alegria... E amor.
E de tudo o mais, que ela não saberia explicar...nem ninguém entender.

Acordou sorrindo.
Na retina, a imagem viva do vasto tapete colorido.
Na mente, a certeza do que vira... Sua própria morte.
Uma lágrima, inevitável, desce.
Sorria ainda...
Pois ela achou lindo.



L>K

sábado, março 10, 2007

Busca II

Cansei-me de lhe procurar, amor meu...
Cansei-me de decepção.
Da tristeza que me assalta.
Do tempo perdido, gasto em vão.
Das inúmeras tentativas, das horas, noites, perdidas.
De gastar o verbo...
Tentei, tento, à exaustão...

Não lhe encontro...
Preciso de ti e só de ti, de nada mais.
É longo, muito longo ainda o caminho...
Não sei ser sozinho... Não tenho paz.
Não sei ser sozinho! É isso... Pronto!
Mas não lhe encontro.

Procurar-te-ei enfim...
Sangue não falta à um desejo sincero... Espero.
Pois tenho uma alma... e se a tenho... é tua.
Cansei-me... Estou cansado... Sim.
Mas a busca... Continua.


L>K

sábado, março 03, 2007

Fidelidade! (?)

Quanto amor cabe em nós?
Quanto dele comporta um só coração?
Será impossível, dedicar-se há apenas um?
Será isso inconcebível... Ou não?

Cada indivíduo é único, exclusivo...magnífico.
Com suas virtudes, seus problemas e belezas
E aí vem o coração, sua sede, sua “fraqueza”...
O desejo de desvendar , destituindo-lhe a razão.
Incontrolável...
Fome de amor, mais e mais... E mais.
Apenas um...?
Impensável...!
Impensável...?

Diferente...? Seria pior...
Não existe dor!
É só amor...
Quanto mais...melhor.


L>K

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Já te disse?

Quero-te.
Quero à ti.
Te quero...
desesperada e urgentemente.

Quero-te.
Quero à ti.
Te quero agora... E para sempre.

Quero-te, como alguém na tempestade procurando abrigo.
A fuga do frio e da dor, que fustiga... enrijece o coração.
Um louco, que anseia por alguma razão.
A palidez do cinza, invejando ao ouro... O desejo de sê-lo.
Ser inteiro, não apenas meio.
Completo, sólido, de serena paixão... Amor.
Menos que isso, não.

Quero-te, e querer-te me faz melhor e me faz bem...
Enxergo a beleza que existe, desprezada pelos homens ocupados...
Coitados.
Me ocupo apenas em querer-te, preenches meu pensamento, moras em mim...
Longe, te quero muito e quando estás por perto, te quero mais... E mais.
Quero à ti... Simples assim.

Quando chegas, me alegro.
Se vais, me desespero.
Porque, não sei se já sabes .
Não me lembro se já te disse, meu amor...
O quanto que te quero.


L>K

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Aos poetas.

Disse o poeta: “Toda poesia tem dor”
Quem sou eu, para contrariar a regra?
Quem sou eu para negar o óbvio... que todo poeta é, na fonte, triste?
Inegável dogma, verdade absoluta.

A tristeza é início, é labareda que deflagra poesias...
É combustível, para produção de alimento D’alma
Este são as cinzas que restam, é lenitivo...
Lhe compensam, cada lágrima rolada.

Carrega, o poeta, o fardo dos que amam e, à estes, o amor é presente...
A obsessão de compreendê-lo, a loucura de moldá-lo
A necessidade, insaciável, de tê-lo, a ousadia de dissecá-lo...
Insanidade, de julgar ser possível.
A clareza, de morrer tentando

Sim, o poeta é triste...
E agradecido, por possuir tal tristeza.
Essa visão singular faz deles únicos, mesmo que específicos...
Arautos da dor, escravos do amor.
Poetas...

Poetas... Ahhh os poetas...
Que suas palavras não parem de brotar.
Que sua magia não cesse, que suas mentes não se aquietem...
Que suas existências se propaguem, além da eternidade.
Vida longa aos poetas.


L>K

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Estrago, de um pouco de solidão.

É noite, faz calor.
E, só em meu quarto, não sou mais da metade do que um dia fui.
Sou mais inteiro do que quando era maior.
Mais forte, do que quando pensava o contrário... Que era forte (E não era).
Mais sábio e democrático...
Às vezes enigmático... Até mesmo pra mim.
Mas, nunca, menos trágico, menos aborrecido... Menos triste.
Menos eu... De sempre.

Observo pela janela, a chuva que começa a cair...
Ao contrario do que acontece com a maioria, ela alegra meu coração.
Amo-a, efêmera companheira fulgaz...
Como vens do nada, desaba, altera as coisas... E vai.
Tristes, são teu destino e teu fim.
Me fazem amar-te, mais e mais.

Minhas únicas companhias...
A cerveja, o barulho da chuva, cigarros e um violão calado.
Ainda assim, penso...
- Quarto apertado.
E a fúria crescente...
E o amor sucumbindo.
E pensamentos disformes e palavras nascendo, em ritmo alucinado.

Não há de ser nada... Besteira.
É só uma sexta-feira...
E eu... Estou só.


L>K

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Busca

Temos...
Tenho...
Tudo.
Quase tudo...
Somos felizes, inteiros...
Sólidos, amáveis...
Respeitáveis
?

Saúde... Ahh, saúde!
Física e mental...
Cérebros turbinados, trabalhando, trabalhando...
À todo vapor!
-Em frente! Sempre! Não negligenciam ao serviço
Pensam mais do que deviam.
Quem é “burro” sofre menos....
Não é isso?

Olhos que enxergam as coisas...
Vêem, miram pessoas, passam no tempo.
Vagam, perdidos, na escuridão de seu mundo... Tristes.
Acolhem imagens, as guardam e amam, as detestam... Compreendem.
Olhos diferentes...
Olhos meus...
Meus olhos.

Um coração... Estúpido coração...
Que pulsa, pulsa, que sente.
Sempre...
Velho amigo...
Sempre.

Amor! Mais do que é preciso...
Mais do que posso dar conta, do que posso suportar...
Não cabe, não dá, um oceano em uma banheira.
Infinito... Infinito!
Mas isso, já é besteira.

É isso...
Dentre mortos e feridos, todos se salvaram...
Todos voltaram às suas casas, para o beijo esperado e merecido...
Para o prato de sopa.
Tudo está bem... Sim, bem.
Reclamar... De quê?
O porquinho enganou ao lobo, o time ta ganhando... Perfeito!
O bolo cresceu!
O escravo escapou do açoite...

Pelo que, então, procuro?
Por que não durmo?
Oque procuro... nas noites?


L>K