domingo, outubro 29, 2006

À ti (que não vejo, a mais de ano).

Sinto-me bem, de tê-la por perto...
Ainda, que longe de mim estejas.
Toca-lá, não posso, consolo é vê-la...
E a sinto, de algum modo, estás aqui.

Mergulho em teus olhos, me encanto, afogo...
Em um verde profundo, quão verdes mais poderiam ser?
Não poderiam! Não!
Sim...
Sim... mergulho... Em ti.

Inexplicável vontade de compreendê-la, decifrá-la...
Tê-la.
Ausente...Parte de mim.

Ensaio, à ti que não vejo, a mais de ano...
Mas... Que amo!
Enfim....


L>K

sábado, outubro 28, 2006

À dona do mundo.

Paciência, borboleta minha...
Seja paciente, pois lhe digo o que se avizinha.
Felicidade! A encontrarás, é tua sina.
Enquanto voas sozinha, observo-te, enquanto pousas, aqui e ali...
Enquanto enfrenta as agruras da vida.
À margem, te sigo borboleta...
Te observo, e zelo por ti.

Toda essa maldade é tão antiga, estabelecida.
Esse descaso, dos descartáveis, desprovidos de amor.
Gente egoísta, interessante, à primeira vista...
Mas vazios, artificiais, pré-fabricados, vistosos fracassados.
Comuns, exatamente, tudo o que não suportam ser...
São diferentes, o exato oposto, de você.

És luz, calor, composta de cores mil.
Milhões de tons, sons , de todas as canções que jamais ouvi.
Tudo que é bom e louvável, a beleza, e o próprio amor em si.
Não temas, não se apresse ou desespere... O mundo, pertence à ti.
Só à ti.

Não há o que temer, guria.
É!
O mundo é todo seu...
E lhe aplaudirá...de pé.


L>K

Para alguém, que não mais verei.

Para alguém, que não mais verei.


Me lembro de seu sorriso
Claro, branco, puro.
Seus lábios se abrindo...
E sorrio também.
Teus olhos tão lindos, tão negros...
Tão escuros.
Refletindo os meus, naqueles dias bons.
Tuas sobrancelhas alertas, tão perfeitas...
Que lhe diziam que eram pintadas à mão.
Levou-me ao céus, anjo caído meu...
Deixaste saudades em meu coração.

Percebo, hoje, que não mais a verei.
Entendo, que és mais uma linda lembrança
Aceito, tal realidade, essa é a beleza da vida...
Mudam-se valores, surgem outros tantos, acabam-se amores...
Palavras calamos, inevitável destino humano, imponderável.
A palavra é... mutável.

Certas coisas anjo, saibas enquanto voas por sobre a cabeça dos que vagam à ermo...
Não mudam.
Deixaste saudades, pra sempre, em meu peito.
E sempre... sempre será...
Muito tempo.



L>K

Para sua foto.

Para sua foto.


Carrego-te comigo, estampada em um cromo colorido
Devidamente protegida, resguardada, de todo o mal isolada e segura.
Dentre meus pertences, és meu vício
Oque me é mais caro, valioso, preferido.

Momentâneamente, lhe privo de seu esconderijo
Pois quero decifrá-la, compreendê-la, preciso
É noite, faz frio, através da fumaça de um cigarro te miro
Meu coração se aquece e meus lábios esboçam um sorriso.

Na foto estás séria e observa, impávida, a agonia latente em meu rosto.
Tal seriedade, por ser eterna é triste, pois és a alegria viva, personificação da própria felicidade... E, por saber isso, é que tal agonia existe.

Teu sorriso fácil, branco e puro...
Abre-se em minhas lembranças vivídamente.
Como um sol, ilumina, me arrebata o pensamento...
Adormece-me os sentidos, dopante, me euforiza...
Como o são, que há instantes, encontrava-se doente.

Retorno-a intacta, enfim, à tua morada.
E ao meu bolso, porém teu posto, é ao lado esquerdo e mais acima.
Mas não importa aonde repousas, tampouco isso altera sua sina...
...eterna lembrança idolatrada, que é estar comigo e ser só minha.

Teu sorriso nunca, nunca me abandona
Como poderia, uma vez que mora em mim?
E toda essa seriedade expressa, cruelmente profissional, não mais me entristece...
Pois aqui estás, meu sol, e jamais deixarás de brilhar...
Enquanto meu sangue correr, enquanto eu respirar.
Enquanto...


L>K

Realidade.

Realidade.
Luz, assalta-me a retina...Me ardem os olhos, os primeiros raios de um sol que não vejo.O barulho das coisas, viola o silêncio em que me encontro imerso...O barulho das coisas... O barulho!Me mexo, estico, sinto...Sim, sou eu, estou ali.Todo dia, cena inevitável, todo dia...É hora de levantar, deixar a doce névoa dos sonhos pra lá.
Efêmera noite de paz.
Preciso trabalhar, cumprir meu fim...Até o fim, esse sim, inevitável...
Que diabos é isso?
Simples...
...Realidade!