sábado, outubro 28, 2006

Para sua foto.

Para sua foto.


Carrego-te comigo, estampada em um cromo colorido
Devidamente protegida, resguardada, de todo o mal isolada e segura.
Dentre meus pertences, és meu vício
Oque me é mais caro, valioso, preferido.

Momentâneamente, lhe privo de seu esconderijo
Pois quero decifrá-la, compreendê-la, preciso
É noite, faz frio, através da fumaça de um cigarro te miro
Meu coração se aquece e meus lábios esboçam um sorriso.

Na foto estás séria e observa, impávida, a agonia latente em meu rosto.
Tal seriedade, por ser eterna é triste, pois és a alegria viva, personificação da própria felicidade... E, por saber isso, é que tal agonia existe.

Teu sorriso fácil, branco e puro...
Abre-se em minhas lembranças vivídamente.
Como um sol, ilumina, me arrebata o pensamento...
Adormece-me os sentidos, dopante, me euforiza...
Como o são, que há instantes, encontrava-se doente.

Retorno-a intacta, enfim, à tua morada.
E ao meu bolso, porém teu posto, é ao lado esquerdo e mais acima.
Mas não importa aonde repousas, tampouco isso altera sua sina...
...eterna lembrança idolatrada, que é estar comigo e ser só minha.

Teu sorriso nunca, nunca me abandona
Como poderia, uma vez que mora em mim?
E toda essa seriedade expressa, cruelmente profissional, não mais me entristece...
Pois aqui estás, meu sol, e jamais deixarás de brilhar...
Enquanto meu sangue correr, enquanto eu respirar.
Enquanto...


L>K

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